quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nunca diga "dessa água não beberei"...


Sim, é verdade, estamos mais uma vez em Cristino Castro, no Piauí, aquela cidade que muitos posts atrás eu disse que não pretendia voltar. E agora, ainda temos que dar graças à Deus, porque desta vez conseguimos ficar num hotel melhor, onde não temos que subir vários lances de escada e a piscina não tem cheiro de xixi.


O estirão de estrada que andamos hoje foi longo. Mais de 800km de Posse, em Goiás, até aqui. Chegamos a cogitar a possibilidade de voltar por um caminho diferente, passando por Feira de Santana e Paulo Afonso, para ter novidades no percurso. Mas diante da tragédia que atinge o Brasil nesse momento por causa das chuvas, nada mais prudente que andar por onde já conhecemos, economizar 500km e chegar mais cedo em casa.
Encaramos novamente a BR-135. Vários trechos não têm acostamento e muitas placas de sinalização estão encobertas pela vegetação.


Alguns locais onde o asfalto está ruim estão sendo recuperados, e nesses pontos, acabamos perdendo mais tempo.


Ao contrário da viagem de ida, quando o Pedro nos fez redescobrir o prazer de brincar com o formato das nuvens para passar o tempo, agora o céu constantemente nublado não nos permite mais esse "lazer". O jeito foi inventar outro passatempo. E começamos um quiz, com perguntas que foram desde "qual o nome dos 7 anões?", "qual o nome do porquinho de estimação do Cascão?", "quem eram os integrantes dos Beatles?", até questões de geografia, como o nome dos estados da Região Nordeste, as lições que aprendemos sobre os animais do Pantanal, o nome de todos os hotéis por onde passamos, enfim, tudo o que vinha na cabeça. Além de nos entreter por quase 2 horas, a brincadeira nos rendeu boas risadas, brigas, gritos, e nos fez esquecer a fome até encontrarmos um lugar razoável para almoçar.
Depois do almoço, sessão cinema no banco de trás. Mais um filme do Harry Potter manteve os meninos quietos por um tempinho.


Aliás, aqui vai uma dica: usar o notebook como DVD no carro foi uma solução bem barata e que tem servido muito para a garotada. Chegamos a fazer um orçamento para instalar um aparelho de DVD veicular, mas não estávamos satisfeitos. Iríamos gastar cerca de 1.500 reais. Encontramos então um adaptador de tomada que se encaixa no acendedor de cigarros. Custou 90 reais e tem tido um resultado excelente. Sem contar que a tela do notebook é muito melhor do que seria a de um DVD pequeno, e o adaptador ainda serve pra carregar a bateria da câmera, do celular... É ótimo.

E vejam só mais uma das cenas inusitadas que encontramos na estrada:


Não é fofinho?
É, já deu pra perceber que a gente tá tendo que achar graça em tudo, né?? (rsrsrsr)
Bom, ainda temos 1.220km até a Felino Barroso. O jeito é manter o bom humor...

Bastidores
- Já não aguentamos mais a nossa própria seleção musical. No nosso porta CD convivem desde Tati Quebra Barraco, AC/DC, Secos e Molhados, Nando Reis, Eric Clapton, Ozzy Osbourne, Caetano. Já ouvimos e "reouvimos" tudo nesses quase 20 dias de viagem. Agora preferimos o silêncio.
- Nossas roupas limpas acabaram. O Pedro veste o mesmo short há 3 dias. A Bia, então, já adotou a "reciclagem" de usados faz tempo (nesse momento Maria Clara se gaba que ainda tem algumas peças. Eu chamo futilidade, ela diz que foi precaução). Eu e Xuxu também estamos numa situação difícil...
- Pedro e Maria Clara passaram a brigar cada dia mais. Agora chegam a trocar chutes... Tô tão cansada que adotei a técnica do "deixa eles se matarem". Na verdade, percebo que a falta de rotina para o Pedro tem deixado ele agitado demais. Está desobediente e implicante. Já a Maria e seus hormônios poderosos não facilitam nada... Tomara que isso não continue quando voltarmos pra casa.
_ Bia já tá morrendo de saudades da mãe e da vó. Anda dengosa... E desde ontem está tensa, à espera do resultado da recuperação, que sai nessa sexta. Passamos a rezar (todos nós, antes de dormir) para Nossa Senhora dos Estudantes interceder por ela...

Ontem
Este aí é o hotel que conseguimos ficar em Posse, ontem à noite (depois de percorrer vários outros e ver os recepcionistas nos responderem com um sorriso na cara: "Tem vaga, não, senhorrrr").


Apesar da aparência meio derrubadinha, o quarto tinha ar, frigobar, chuveiro quente, e internet Wi Fi, da qual o atendente fez a propaganda muito orgulhoso...

Uma coisa que nos chamou atenção nas estradas da Bahia, de Goiás, do Distrito Federal e do Mato Grosso do Sul foram essas placas aí:


Elas são muitas, muitas mesmo, a ponto de não passarem despercebidas. Todas pintadas, aparentemente, com a mesma letra, sempre pregadas em árvores ou postes, em distâncias mais ou menos regulares. Uma pregação forte, quase como se formasse uma trilha. A partir do Piauí não vimos mais.

Bem, por hoje é só! Já estou começando a ficar com saudade do blog... Estamos preparando um TOP 10 de tudo o que vivemos pra publicar aqui. Aguardem!