quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cruzando a Bahia



Ponte sobre o Rio São Francisco (Petrolina/Juazeiro)

Foi o rio São Francisco quem nos recepcionou na entrada da Bahia. Ele, que separa Petrolina de Juazeiro (que não é do Norte). Saímos decididos de que rodaríamos cerca de 800 km e dormiríamos em Vitória da Conquista, o que acabou não acontecendo, por motivos que vou explicar depois.

Logo na saída, tivemos problemas com nosso bagageiro superior. Meu marido "super-homem" apertou com tanta força os sticks que prendiam as malas ao rack do carro que acabou afrouxando os parafusos e, por pouco, a sacola vermelha nova da mamãe, com todas as roupas dela, não saiu rolando BR afora.


Com isso, tivemos que reorganizar as bagagens, dividindo as sacolas entre os dois carros. Pedro acabou perdendo um pouco do espaço que tinha no fundo do carro. Reclamou, reclamou, e acabou dormindo sobre uma mala.

As primeiras horas de estrada foram de tempo nublado, e até uma chuva fina. Próximo a Senhor do Bonfim, a placa anunciando o melhor acarajé da Bahia seduziu o Jaime Neto, que quis conferir a informação (desmentida logo após a primeira mordida, né, Neto?).


Se o acarajé não estava bom, pelo menos a parada valeu à pena pela curiosidade. Descobrimos que aquele local havia sido um antigo quilombo, oportunidade de explicar pro Pedro o significado dessa palavra.


Se antes eu havia elogiado a situação da BR, o mesmo não vale para o trecho próximo à Feira de Santana. Asfalto em condições ruins, agravadas pelo fluxo intenso de ônibus e caminhões. Só mais à frente a rodovia volta a melhorar. É um trecho pedagiado (R$3,10, cobrados em dois pontos), controlado pela Via Bahia, e que está sendo duplicado. Apesar do bom estado da pista, a quantidade de caminhões inibe qualquer tentativa de enfiar um pouco mais o pé no acelerador. Até porque, tem muito caminhoneiro cometendo barbaridade no volante... Eu, hein!

Nova maneira de dizer "Mantenha Distância"
Justamente por causa deles não conseguimos atingir nossa meta de chegar à Vitória da Conquista, mesmo abrindo mão de uma parada maior para o almoço e nos sujeitando a um pastel infame na lanchonete "Ponto Raro", em Tanquinhos. Em Milagres fizemos uma nova parada, e diante dos 286km que ainda nos separavam do nosso destino, acabamos decidindo pernoitar em Jequié mesmo, a 130km dali. Mesmo assim,  novamente pegamos um trecho de estrada à noite, o que não nos deixa à vontade. Estamos hospedados na pousada P'iu Bella, à margem da BR, bem arrumadinha (http://pousadapiubella.com.br/). Conseguimos quartos quádruplos a preço justo, com o conforto que precisamos: ar, frigobar, chuveiro quente e lençóis limpos.

Agora há pouco, jantamos no restaurante da pousada mesmo, comemorando os 57 anos de namoro do papai e da mamãe.


Aproveitamos também pra fazer os planos pra amanhã. Se Deus quiser vamos cruzar a divisa com Minas Gerais e chegar a Montes Claros, ou alguma cidade próxima que nos deixe mais perto de Diamantina. É lá que vamos fazer nossa primeira parada "valendo" dessa viagem que está só começando...





Ainda sobre Petrolina...

Depois da última postagem, já de saída de Petrolina, aconteceram algumas coisinhas que eu achei que valiam à pena serem registradas aqui.

A turma do Velho Chico Plaza Hotel. Ótima recepção!
Primeiro, a gentileza do gerente do hotel onde estávamos hospedados, que ao saber que íamos pegar a estrada, se disponibilizou em orientar sobre estradas, ligar para colegas de outros hotéis onde poderíamos nos hospedar no caminho, imprimir mapas. No final das contas, ainda fomos presenteados com uma garrafa de vinho produzido no Vale do São Francisco. Não vejo a hora de brindarmos esse vinho!

Olha o vinho que a gente ganhou!
Segundo o Rogério, assim como em Cingapura, em Petrolina há grandes parrerais. Aqui é possível ver a uva em 4 etapas do cultivo. Melhor que no Sul, onde há apenas 1 colheita por ano... Existe até um passeio de barco, que sai todos os sábados pelo leito do rio São Francisco, no qual se pode conhecer as vinícolas da região. Diferente, né? Quem sabe de outra vez que passarmos aqui nos programamos pra essa novidade.

Outra coisa que tinha esquecido de dizer foi que descobrimos que Cabrobó, no sertão pernambucano, é a "terra da cebola". JURO. Até onde eu sabia, era a terra da maconha... Nera não? rsrsrsr Não tivemos a oportunidade de provar as cebolas de lá. Nem a maconha, claro! Mas fica o registro.

Bem, era isso. Já, já tem mais.

Saindo de Petrolina...


Seis da manhã. Estamos de pé para mais um dia de estrada. A noite no Hotel Velho Chico (www.velhochicoplazahotel.com.br) foi revigorante. Quartos novos, limpos, e uma disponibilidade em ajudar encantadora do recepcionista Dênis. Recomendo demais. Pra não ter sido perfeito, só faltou um restaurante no próprio hotel (que sem tem, estava fechado), pra gente jantar. Xuxu teve que ir ao shopping à noite pra buscar lanche pra todo mundo. Fora isso, nota 10!

Temos pela frente 625km até Jequié, na Bahia. Quem sabe estiquemos até Poções. A estrada é quem dirá. Torçam aí pra que o nosso dia seja bom e seguro.

De noite tem mais novidades. Inté!