sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

É verão no sul! (ô mentira!)


A pedida de hoje foi conhecer algumas praias indicadas pelo amigo Ricardo Bola e minha amiga gaúcha Juliana Beviláqua. Os dois, quem nem se conhecem, quando viram no blog que estávamos aqui, foram certeiros em recomendar que não deixássemos de ir à praia de Guarda do Embaú, no município de Palhoça, a 50 km de Florianópolis.

Guarda é uma vilinha de pescadores, com algumas casas de veraneio mega charmosas, encrustrada entre um braço do Rio da Madre, o mar e um paredão de Mata Atlântida. Com ruas apertadas, o lugar é cheio de estacionamentos pagos (R$20) porque não se pode circular na praia de carro







Deixamos o nosso lá e seguimos o rumo da multidão. Muita gente de cadeirinha na mão, garrafa térmica e cuias de chimarrão.



Antes de qualquer coisa, nos chamou a atenção o vento frio. Isso lá é clima de praia no verão? Mas seguimos. Pra chegar à praia da Guarda é preciso fazer uma pequena travessia no rio. Dá pra fazer à pé, com água na cintura, mas existem dezenas e dezenas de canoas que levam e trazem as pessoas, cobrando 3 reais a cabeça. Quando colocamos o pé na água pra entrar no barco... aff maria. Isso lá é temperatura de água no verão? Um gelo! Mas seguimos.



E, enfim, chegamos à bendita praia. Os guarda-sóis coloridos chamavam atenção no meio daquele tempo cinza. As cadeirinhas de praia coloridas (alugadas a 8 reais) também. Era gente. Muita gente! Eu já tinha lido em todos os blogs e guias de viagens que janeiro é pleno verão na região Sul e por isso mesmo nos preparássemos pra encontrar praias lotadas. Mas e aquele vento frio? Mas e aquela água congelante? Pra gente, que é acostumado com sol pleno e um mar verde e quente, é estranho entender aquela felicidade toda no sorriso das pessoas. Porque se fosse em Fortaleza, as condições de hoje mereciam uma rede e uma folga do trabalho. Mas, enfim...





O lugar é lindo. Da praia a gente avista bem próximo o costão coberto pela mata Atlântica e o vai e vem de pessoas que seguem pela trilha aberta na mata, margeando a orla. Enquanto eu contemplava, Xuxu e Pedro se aventuraram no mar gelado e agitado.

O "convencimento" de que era preciso viver essa experiência

 Gabi e Yasmin criaram coragem e também foram viver essa "experiência". Eu e Maria nos mantivemos só na contemplação e, no meu caso, no insistente questionamento sobre aquelas condições "praiísticas". Salve Jericoacoara! Salve Lagoinha! Salve Icaraí de Amontada!

Uns 40 minutos depois resolvemos voltar e explorar o entorno. No barco, não me contive em perguntar ao barqueiro se aquilo era normal e ele tentou me explicar algo sobre um vento que vem de tal e sopra de tal... Mas que o tempo tava bom. Devia estar mesmo, porque o povo ao redor tava feliz!

Voltamos pro carro e retomamos nosso passeio. Próximo destino foi a praia de Cima e depois a praia de Baixo, ambas na região da Praia da Pinheira. Mais uma vez, cenário lindo, mas.... um mar nada convidativo.

Tomamos então o rumo da Ponta do Papagaio. LINDO!!! Uma enseada de mar liso como uma piscina, sem aquele frejo de gente e areia branquinha. Foi a que eu mais gostei. E como antes eu tinha dito pras meninas que se achasse uma praia de mar calmo eu me aventuraria ao banho, era a hora e a vez de transformar palavra em ação. Primeiro o Xuxu entrou. Depois o Pedro. A Gabi e a Yasmin. Maria Clara, que é um dos poucos seres humanos do mundo que não gosta de praia foi logo se sentando como quem diz: "ô roubada". Segui relutante, quase desistindo de ter palavra. Mas entrei. Devo ter gritado por cinco minutos sentindo aquela água gelada cortar minha pele. Um misto de vontade de morrer e de viver. Depois a Maria me disse que lá da areia dava pra ouvir o escândalo. No final das contas, foi ótimo. Ah, se aquele mar fosse quentinho.... Seria perfeito para um longo mergulho!

Me sentindo uma sobrevivente! 
No final da tarde tomamos o rumo de volta pro hotel. A ideia é descansar um pouco e à noite dar um rolé na noite floripana!



 Depois tem mais!

Descobrindo Florianópolis



Se a primeira impressão que tivemos de Florianópolis não foi suficiente pra gente entender por que a cidade é tão badalada, podemos dizer agora que já começamos a descobrir os encantos da ilha. No final da tarde de ontem, já descansados da madrugada de viagem e com menos calor, saímos para um passeio que foi muito bacana. Fomos a Santo Antonio de Lisboa, um bairro/distrito (ainda não entendi o que é Sto Antônio na geografia daqui) a menos de 20km do Centro. Já no caminho, conhecemos a avenida beira-mar de Floripa, linda, arborizada, sem barreiras visuais e vimos o lado mais moderno da cidade, bem diferente do local onde estamos hospedados. 

O acesso até Santo Antônio é por uma rodovia comum, movimentada e sem graça. Mas isso acabou fazendo diferença, porque quando chegamos à vilazinha... UAU! Que surpresa linda! Santo Antônio de Lisboa é uma das vilas mais antigas de Santa Catarina. Teve colonização açoriana e preserva um pequeno casario dos tempos passados. Tem uma atmosfera incrível. Fica na beirinha da praia e é muito acolhedor. Faz parte da Rota Gastronômica do Sol Poente, onde o forte são os frutos do mar. Pena que o sol anda meio preguiçoso por aqui e a paisagem está sempre cinza, sem contrastes. Nem assim deixa de ser bonito.  







Igreja de Nossa Senhora das Necessidades, em Santo Antônio de Lisboa


Do ladinho, do ladinho mesmo de Santo Antônio, fica Sambaqui, que é ainda mais bonita. E nosso dia terminou assim.







Estamos com sorte porque aqui, além de escurecer um pouco mais tarde que o normal, ainda está em horário de verão. Essa foto aí de cima, por exemplo, foi tirada às oito da noite. Nem parece, né?
Pra terminar nosso dia, conhecemos um restaurante incrível, que tem como temática a tradição do Boi de Mamão, trazida pelos colonizadores açoreamos e que acabou sendo adaptada pra nossa cultura em manifestações como o Boi-Bumbá...


Eu ainda tinha um monte de coisa pra falar, mas tá todo mundo ali me esperando pra mais um dia de passeio. Vou ficar devendo fotos e os bastidores de ontem e alguns detalhes sobre o que vimos em Santo Antônio. Pra vocês terem noção de como está bom, ontem à noite, quando a gente tava subindo no elevador do hotel na volta do passeio, o Pedro disse assim: "e esse é só o primeiro dia, né?".
É, se Deus quiser, os outros serão tão bons ou melhores que esse primeiro! Valeu!