domingo, 9 de janeiro de 2011

Entre capivaras e jacarés

Sim, é verdade, estamos no Pantanal Sul. Resolvemos vir até aqui depois de constatar que estávamos muito perto. E já que tínhamos rodado mais de 5 mil quilômetros até Bonito, por que não andar mais 175km pra chegar até aqui, não é mesmo?
Estamos hospedados na fazenda San Francisco, uma estância de ecoturismo muito recomendada por aqui. Agora há pouco fizemos um passeio que se chama "focagem noturna". O intuito é observar alguns animais que vivem aqui na região. Seguimos em um caminhão aberto, com um guia, que leva uma grande lanterna e lança o "foco" de luz onde estão os animais. Daí o nome "focagem". Na verdade, é bem complicado ver os bichos. Muitos se escondem quando escutam o barulho do carro. Em várias situações o guia dizia: "ali, atrás daquela moita (bem distante) está um Cervo do Pantanal", ou: "Acabou de entrar ali uma jaguatirica". "Aquele que mergulhou ali era um jacaré do Pantanal". Entre ele indicar e a gente conseguir realmente ver o animal, havia uma diferença muito grande. Mesmo assim, foi bem divertido.


Mais cedo, logo que chegamos, já nos deparamos com cenas lindas. Pudemos conhecer o tuiuiú:


E ficar bem próximos de muitos outros animais...


Se para mim e para o Xuxu tem sido emocionante, imagino que para o Pedro, a Maria Clara e a Bia esta também será uma vivência inesquecível.


Amanhã temos mais dois passeios programados: um safári fotográfico e uma pescaria em uma chalana. Neste momento chove muito, com relâmpagos e trovões. Tomara que a madrugada de chuva não estrague a programação.

Algumas observações:
Pensem num lugar quente, muito quente. Inclua muitas, muitas muriçocas. Sinta-se então no Pantanal, nesta época do ano. O calor nem de perto parece o de Fortaleza. É muito pior, abafado. As muriçocas nos acompanham em nuvens, mesmo de dia. Ainda bem que trouxemos uma dose extra de repelente pra minimizar os efeitos das danadas...

O sistema aqui é de "pensão completa". O jantar preparado para os hóspedes foi muito legal. Típica comida de fazenda, com fogão à lenha, panelas de ferro, e no cardápio uma especialidade daqui que é uma delicia: sopa paraguaia. Apesar do nome, a "sopa" é sólida, tem a consistência de uma torta salgada. É feita com fubá, queijo fresco, cebola, manteiga e ovos. Minha mãe até já tinha aprendido a receita com uma amiga daqui alguns anos atrás, mas confesso que a original é bem mais gostosa (desculpe aí, hein, mãe...). Para sonorizar o ambiente, a música de um cantor que eu adoro: Almir Sater (o Zé Trovão, lembram?).

Deixamos Bonito debaixo de muita chuva, e por isso fizemos poucos registros fotográficos do hotel fazenda onde ficamos hospedados. Mas traremos ótimas lembranças do ambiente aconchegante e bem cuidado, do Alê, que nos atendeu com muito carinho no restaurante de lá, e também da cachorrinha que apelidamos de "Baleia". Moradora da fazenda, ela encheu nossos dias de alegria e adotou nosso quarto como cantinho seguro e feliz.

Um lugar mágico...

Uma viagem de 175km. Chuva, muita chuva pelo caminho. E, de repente, um lindo portal se abriu. Fomos recepcionados por uma capivara fofinha e logo adiante, por um enorme tuiuiú. Uma revoada de araras Canindé pousou na nossa porta. Os meninos brincaram com quatis como se fossem gatinhos.
Imaginam onde estamos?
Ainda não vou contar. Seguiremos agora (às 8 e 15 da noite), para uma focagem. O passeio termina às 11h. Tentarei postar as novidades assim que voltar.
Esperem só pra ver!