sexta-feira, 12 de julho de 2013

Tá ficando cada vez melhor!


Hoje foi o primeiro dia, desde que saímos de casa na última terça feira, em que sentimos que, de fato, estávamos cumprindo nosso objetivo de “descobrir o Brasil”. Depois de 3 longos dias de estrada, caminhões, alguns sustos e muitas horas sentados, fizemos o nosso primeiro passeio oficial. E foi no melhor estilo: fomos à Diamantina!




O caminho entre Montes Claros e Diamantina é lindo. Sinuoso (como parece ser qualquer caminho aqui em Minas) mas bem menos movimentado que as últimas estradas que pegamos. Nos demos até ao luxo de dar paradinhas pra fazer mais macacadas e também admirar a paisagem, como essa aí, em que descemos do carro pra apreciar a vista da ponte sobre o rio Jequitinhonha (será ele mesmo?), que serpenteia a serra em tons amarronzados, que contrastam com o verde da vegetação.





Chegamos a Diamantina por volta das 11:30h. Todo mundo apertado pra fazer xixi. Emburacamos no primeiro portão que vimos. E vocês acreditam que só depois descobrimos que estávamos na casa da Chica da Silva, uma das personagens mais importantes da história da cidade? Os funcionários de lá, que só abririam as portas pra visitação ao meio dia, acabaram nos recepcionando muito bem. E já que estávamos conhecendo o banheiro "histórico", como disse o Pedro, nos deixaram ficar pra visitar o resto da casa. Foi super interessante.

Eu doida que o Xuxu me paparique como o João Fernandes paparicou a  Chica da Silva...

Casa de Chica da Silva

Casa de Chica da Silva
Depois desse primeiro passo bem dado, saímos pra explorar o restante da cidade. LINDA, LINDA, LINDA! Casarões e sobrados bem preservados e coloridos. Pra onde a gente se virava dava vontade de tirar uma foto. E pra completar a felicidade do Xuxu, olha só o carrão que ele achou por lá! (Deve ter sido da Chica da Silva...)

Matando a saudade das cafuringas que deixou em Fortaleza
Andar por Diamantina não é fácil. Requer preparo físico pra andar nas ruas de pedras ainda do tempo do Brasil colonial. Mas o lugar é tão lindo que logo, logo, a gente recupera o fôlego. Aliás, nesse quesito, meus pais setentões estão de parabéns. Subiram e desceram sem reclamar, curtindo o passeio com a gente.




Morrendo de medo da penitência que meu confessor podia me dar...

Subir ladeira cansa!
Já sabíamos que nossa passagem por Diamantina deveria ser breve. Apesar de várias tentativas, não conseguimos encontrar pousadas disponíveis para passar a noite por lá. Neste sábado, dia 13, acontece uma das edições da Vesperata, um evento musical muito concorrido da cidade, quando a rua da Quitanda fica toda ocupada por mesinhas enquanto das sacadas dos casarões ao redor acontecem concertos de músicas. Dizem que é lindo, e a edição de julho é a mais concorrida do ano. Seria impossível encontrarmos vaga para 10 pessoas!

Adicionar legenda

Largo do Rosário. Ao fundo, a Igreja do Rosário, construída pelos negros para os negros,
 já que não podiam frequentar a igreja dos brancos. No primeiro plano, a gente casando, de novo!

Igreja do Carmo, cheia de curiosidades. Entre elas, a torre construída no fundo da Igreja.  Há versões de  que um dos motivos para isso seria não incomodar Chica da Silva, que morava ali vizinho, com o barulho do sino!



Relembrando a aula de história em que o Pedro aprendeu que antigamente as pessoas
pegavam água nos chafarizes, já que não havia água encanada nas casas.
Passadiço. Lindo!
Altar da Igreja do Carmo
Já que não podíamos ficar (apesar de querermos), o jeito foi otimizar o nosso tempo na cidade pra conhecer os pontos mais importantes. Além da casa de Chica da Silva, deu tempo da gente ir à Igreja do Carmo (R$2 a taxa de visitação), passar pela igreja do Rosário (que estava fechada), a Igreja do Senhor do Bonfim (em processo de restauração), circular por várias vielas com sobrados lindo, e ainda a Casa onde morou Juscelino Kubitschek (R$3). Pra quem não sabe, o nosso ex-presidente nasceu na cidade de Diamantina e hoje sua casa é preservada em forma de memorial. No local é possível ver fotos da infância dele, saber mais sobre como era a vida da família Kubitschek e até ver curiosidades, como uma réplica do consultório onde ele atendia antes de virar político e o jaleco que usava.



Réplica do Consultório do Dr. Juscelino



No final da visita, ainda pode-se tomar um café delicioso no antigo porão da casa (confesso que, pra mim, foi a melhor parte da visita!)

Olhar 43
Ah, não posso esquecer de falar do almoço e dar a dica. Vindo pra Diamantina, passe no restaurante “O Caipirão”. Bem localizado, pequenino mas organizado, limpo, e com um fogão à lenha tentador, com direito ao melhor da cozinha mineira em sistema de self-service. Caímos de boca num tutu maravilhoso, num feijão tropeiro delicioso, e num leitão à pururuca suculento. 




Às 4 da tarde tivemos que dar no pé. Ainda tínhamos 88km de estrada pela frente até chegarmos em Serro, outra cidadezinha histórica, parte da Estrada Real. Linda, linda, também. Muito menor que Diamantina, mas cheia de charme. Conseguimos fazer uma reserva na Pousada do Queijo, a mais conhecida daqui. Aliás, Serro é chamada de “terra do queijo” pelos mineiros. 

Escadaria da igreja de Santa Rita, a principal de Serro-MG
Noite em Serro. Era uma vez uma cidade pacata...
Amanhã pela manhã vamos poder acordar um pouco mais tarde, por volta das 8h, e depois dar uma volta por aqui pra conhecer melhor o lugar. Em seguida, hora de pegar mais estrada até Belo Horizonte, onde vamos passar o final de semana. Amanhã também chega a minha Maria Clara, que vem de Fortaleza, de avião, pra completar nosso time. Seremos 11, sem desfalques!

BASTIDORES:

- Na estrada: "_Mãe, estamos numa chapada?". Eu, meio confusa e insegura se ainda lembrava das aulas de geografia, respondo: "_Filho, isso aqui é uma cadeia de montanhas". E ele: "E qual foi o crime que as montanhas cometeram para estarem na cadeia??". Xuxu, pra me socorrer, responde: "Ah, isso daí você deve perguntar ao tio Jaime, que é juiz e sabe dessas coisas...".

- Ontem à noite, ainda em Montes Claros, tentamos adiantar para os meninos algumas informações sobre Diamantina. Falamos sobre quem foi Chica da Silva e, em seguida, Juscelino Kubitschek. Hoje, na estrada, pra reforçar, eu pergunto. "Pedro, lembra quem foi o Juscelino Kubitschek?". Ele ele: "Sim, o imperador". (toin, toin, toin, toin!)

- Se vier a Diamantina, prepare-se para enfrentar um trânsito esquisitíssimo no Centro Histórico. Para quem não está acostumado, a sinalização é confusa, quase caótica. Ruas estreitíssimas, com pedras lisas e um vai e vem de pessoas e carros se misturando entre as vielas. Isso deixou a mamãe muuuiiiito stressada. 

-Já em Serro, fiquei curiosíssima para experimentar o queijo produzido aqui, que deu fama à cidade. No restaurante que fomos fiquei frustrada: tá faltando queijo do Serro no mercado!

- Frio, muito frio. 

- E pra finalizar, a quem possa interessar:
ok??
Inté amanhã!