Parece loucura, né? Mas foi o que aconteceu com a gente hoje. Nessa
história de "vamos curtir a Estrada Real", acabamos perdendo a noção
do tempo e fizemos algumas escolhas que deixaram o nosso percurso mais longo do
que imaginávamos. Depois de 8 horas da viagem que, teoricamente duraria 3,
chegamos a Lambari, estamos alojados na casa da amiga Lucinha Bessa e a partir
de amanhã, temos muita coisa linda pra ver.
Olha só como foi nosso dia:
Saímos de Tiradentes às 10h, bem mais tarde do que devíamos. Optamos por
seguir pra Lambari pela Estrada Real ao invés de pegar a Fernão Dias. Até aí,
foi uma ótima escolha. Passamos por uma cidade chamada Madre de Deus de Minas,
parte do "Circuito de Montanhas Mágicas da Mantiqueira".
Não é lindo se sentir no meio de montanhas
mágicas?? Eu adorei a idéia. Aí, é um tal de desce pra bater foto, olhar a
paisagem, se admirar com tantos tons de verde que pintam as montanhas...
Até que chegamos a São Vicente de
Minas, a "terra dos queijos finos". É claro que tínhamos que parar
pra experimentar. Logo de cara Pedro avistou uma das unidades de fabricação da
Polengui, e não conteve a felicidade porque ele simplesmente AMA queijo
polenguinho.
Fizemos a festa comprando vários tipos de queijo. Teve também uma
"boquinha" básica com direito à pão de queijo, biscoitinhos,
cafezinho...
E mais estrada. Aí veio Cruzília e... uma estrada de terra indicando a
mística São Thomé das Letras. Foi aí que o bicho pegou. Desde o começo da
viagem o Xuxu queria pegar um trecho off road da tal Estrada Real. Ir pra
Lambari por São Thomé das Letras se apresentava como uma boa opção pra viver
essa experiência. E eram só 36 km de piçarra....
A gente seguiu achando tudo lindo, mas sem se tocar que, na estrada de
terra tudo é mais lento e 36km se transformam em 70. Sem atinar pra isso fomos
olhando paisagens, parando pra foto...
Fertilização familiar coletiva da Estrada Real |
e o dia foi passando, meu povo, com a gente nessa estrada...
Só às quatro da tarde chegamos finalmente em São Thomé, mortos de fome e
atrasadíssimos pra chegar em Lambari ainda de dia. Paramos pra almoçar e quando
fomos seguir viagem nos demos conta de que essa "passadinha" em São
Thomé tinha aumentado em aproximadamente 65km o nosso percurso. Junte-se
a isso o atraso causado pelo percurso off road, pronto! Foi o suficiente para
chegarmos a Lambari quase às 7 da noite, com a mamãe estressadíssima, cansada,
com dor na coluna, e todo mundo já entregando os pontos. Como o espírito da
viagem é esse mesmo, experimentar, testar, descobrir, posso dizer que valeu à
pena. Mas reconheço que tanto tempo no carro foi extremamente cansativo,
principalmente para meus pais. Ah, os adolescentes, claro, também reclamaram.
O Pedro, como sempre, continua fazendo fuá com tudo. Ô coisa boa é
ser criança!
Ainda não fizemos planos do que vamos fazer amanhã. Mas estamos numa
casa que foi preparada com todo carinho pra nos receber, e ficar aqui vai ser
ótimo de qualquer maneira.
BASTIDORES:
- O atraso na saída de hoje nada tem a ver com o Heitor. Preciso ser justa. Fomos nós mesmos, arrumando malas, fechando a conta na pousada, conversando...
- Já contabilizamos várias perdas nesse tira e bota da bagagem no carro.
Já se foi uma bolsa térmica da Iolanda, cheia de suquinhos e coisinhas geladas,
o shampoo e o condicionador da Maria Clara, esquecido em Ouro Preto, e hoje me
dei conta de que minha sacola de toalhas ficou sabe Deus onde... O pior é que
só me dei conta disso na hora do banho aqui em Lambari. Ah, um pequeno oratório
que comprei na feira de artesanato de BH, minha única aquisição até agora,
também foi esquecido. Espero que tenha sido na casa da Bia. Ainda preciso
checar. Tomara que eu não acabe esquecendo nenhum menino no meio do caminho...
- São Thomé das Letras é uma cidade curiosa. No ponto bem alto, a cidade
tem váááárias construções de pedras.
No pouco tempo que passamos por lá percebemos que é uma espécie de
reduto dos "bichos-grilos" e nos fez lembrar muito de Alto Paraíso,
em Goiás.
Muitos hippies, gente cabeluda, roupas indianas. Mas a cidade tem
um astral muito legal. Foi bom conhecer. Sem falar do por do sol lindo com que
ela nos presenteou enquanto nos despedíamos, na saída para Lambari. Valeu tudo.
-Ah, enquanto estou aqui tentando deixar o blog em dia, 1 da manhã, rola aqui por perto uma festa, com um cover da Janis Joplin. Valeu à pena estar acordada. "Bá noite"!