quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

20 graus a menos em menos de 24 horas. Ai, que frio!

Agora que já passou um pouco da minha revolta pelo nosso primeiro programa em Bogotá ter sido uma ida ao shopping (como desabafei no post anterior), agora posso fazer o post bacaninha, falando do nosso dia, da mudança radical que foi sair de Cartagena numa temperatura de 32 graus e estar agora mesmo, com os dedos congelando para digitar esse texto, num frio de 12º.

Pra justificar minha chateação mais cedo, só posso dizer que, pra mim, viagens não combinam com shoppings. É como se fosse um tempo perdido, mais do mesmo, uma experiência que não me agrega nada. Por outro lado, estamos viajando em grupo e, em grupos, principalmente familiares, temos sempre que negociar. Hoje fui voto vencido. No final das contas, não me arrancou pedaço, almoçamos bem e o Xuxu ficou muito satisfeito com um sapato que comprou com solado de pneu Michelin (sem querer fazer propaganda), que segundo ele vai durar a vida inteira -  o que acho péssimo, porque o sapato não é muito bonito, não...

Às 15:30h nossos bat-taxistas foram nos buscar e trazer de volta para o hotel, onde chegamos realmente acabados de sono (tínhamos acordado 04:45h para ir ao aeroporto em Cartagena). A ideia era tirar um cochilinho restaurador para depois ir explorar a noite de Bogotá. Qual o quê! Tava todo mundo tão cansado que perdemos a hora e só acordamos depois das sete! E mais, praticamente congelados! Quando fui procurar meu pai e minha mãe no quarto, estavam totalmente encorujados debaixo do cobertor. Os bichinhos não tiveram coragem de sair.

Fomos então eu, Xuxu e os meninos dar uma caminhada pela Candelária, que é o bairro onde estamos hospedados, e que é o centro histórico de Bogotá. Todo mundo devidamente empacotado, porque o frio não tá fácil. Mas valeu à pena! O bairro guarda um casario antiquíssimo, com fachadas lindas. As ruas mal iluminadas nos remetem realmente ao passado.







 Em poucas quadras chegamos ao Chorro Quevedo, que é o núcleo inicial da fundação de Bogotá. Casas construídas ainda pelos anos de 1538. Uma preciosidade.



A casa mais antiga de Bogotá. Foi aqui onde tudo começou.

Ermita de San Miguel del Príncipe

Hoje o bairro tem um ar totalmente underground. Por uma viela estreitíssima, as paredes cobertas por grafites incríveis demarcam bares, lojas de artesanatos, estúdios de tatuagens e muita gente diferente...







Em uma das vitrines, um mostruário inteiro de narguilés e outros instrumentos usados pra dar "aquele" barato. Aquele, sabe? Entre eles, figuras do Bob Marley e um pé de coca (aqui muito usada para se fazer um chá, por conta da altitude). Pedro ligou logo as butucas. Olhou, olhou e disse: "Muito interessante essa loja de maconha, né, pai?". Caímos na gargalhada. 

A "Loja da Maconha", segundo a definição do Pedro.
Quando conseguímos distrair a atenção dele da "loja de maconha", continuamos nossa caminhada, à procura de um lugar pra jantar. Entramos inocentes numa pizzaria, de onde fomos convidados a sair imediatamente quando avistaram o Pedro. "No se entra acá con niños, señora! Hay tragos en las mesas." E aí, foi dureza pra explicar ao menino por que não podíamos ficar ali.

Foi aí que encontramos o Gato Gris, restaurante charmosíssimo que funciona numa casa colonial de séculos de existência. Decoração linda, lareira, música ao vivo, e comida espetacular (indicação perfeita, hein, Ricardo Bola!).




Nos deleitamos com ceviche de camarões e kani, um carpaccio de salmão, vinho, e um macarrão com frutos do mar.

Carpaccio de Salmão
Ceviche de Camaõres e kani (pela bagatela de 16 mil pesos, o que dá pouco mais de 20 reais)

E assim, esqueci do shopping, do cansaço, do frio (que nesse momento está em 7º), e voltei pro hotel feliz, com a certeza de que a escolha pela Colômbia foi uma das melhores dos últimos tempos.

Amanhã tem mais!
Besos!

Ponto de parada para leitura. Eu já tinha visto na internet, hoje vi in loco. Naquela parte amarela ficam livros que podem ser pegos gratuitamente por qualquer pessoa. Achei fantástico. 

De vuelta a Bogotá

Saímos de Cartagena bem cedinho. Na verdade, quando saímos do hotel ainda estava bem escuro, apesar de já passar de 5:20 da manhã.



Desta vez nada de atrasos no vôo da Viva Colômbia. Pedro começou a dormir antes mesmo do avião decolar. Quando pousamos em Bogotá, abriu os olhos meio lesado e disse: "Chegamos? No meu tempo cerebral só passaram 49 segundos". Engraçadinho...

O William, motorista de táxi que virou nosso chapa quando chegamos de Fortaleza, foi nos buscar. Agora é meu best friend de whatsapp!

William (de gravata) e seu irmão Anatole (de terno atrás). Os taxistas mais gentis e elegantes de Bogotá

O problema foi que chegamos ao hotel às 10:30 e o check in só poderia ser feito às 15h! Aí, qual foi a ideia maravilhosa da minha família? "Vamos esperar no shopping!!" (Ô vergonha! Eu aqui doida para ir a um museu, a uma igreja...)

Enfim, fomos pro shopping. Depois eu conto o tamanho do meu tédio...