Pra justificar minha chateação mais cedo, só posso dizer que, pra mim, viagens não combinam com shoppings. É como se fosse um tempo perdido, mais do mesmo, uma experiência que não me agrega nada. Por outro lado, estamos viajando em grupo e, em grupos, principalmente familiares, temos sempre que negociar. Hoje fui voto vencido. No final das contas, não me arrancou pedaço, almoçamos bem e o Xuxu ficou muito satisfeito com um sapato que comprou com solado de pneu Michelin (sem querer fazer propaganda), que segundo ele vai durar a vida inteira - o que acho péssimo, porque o sapato não é muito bonito, não...
Às 15:30h nossos bat-taxistas foram nos buscar e trazer de volta para o hotel, onde chegamos realmente acabados de sono (tínhamos acordado 04:45h para ir ao aeroporto em Cartagena). A ideia era tirar um cochilinho restaurador para depois ir explorar a noite de Bogotá. Qual o quê! Tava todo mundo tão cansado que perdemos a hora e só acordamos depois das sete! E mais, praticamente congelados! Quando fui procurar meu pai e minha mãe no quarto, estavam totalmente encorujados debaixo do cobertor. Os bichinhos não tiveram coragem de sair.
Fomos então eu, Xuxu e os meninos dar uma caminhada pela Candelária, que é o bairro onde estamos hospedados, e que é o centro histórico de Bogotá. Todo mundo devidamente empacotado, porque o frio não tá fácil. Mas valeu à pena! O bairro guarda um casario antiquíssimo, com fachadas lindas. As ruas mal iluminadas nos remetem realmente ao passado.
Em poucas quadras chegamos ao Chorro Quevedo, que é o núcleo inicial da fundação de Bogotá. Casas construídas ainda pelos anos de 1538. Uma preciosidade.
A casa mais antiga de Bogotá. Foi aqui onde tudo começou. |
Ermita de San Miguel del Príncipe |
Hoje o bairro tem um ar totalmente underground. Por uma viela estreitíssima, as paredes cobertas por grafites incríveis demarcam bares, lojas de artesanatos, estúdios de tatuagens e muita gente diferente...
Foi aí que encontramos o Gato Gris, restaurante charmosíssimo que funciona numa casa colonial de séculos de existência. Decoração linda, lareira, música ao vivo, e comida espetacular (indicação perfeita, hein, Ricardo Bola!).
Nos deleitamos com ceviche de camarões e kani, um carpaccio de salmão, vinho, e um macarrão com frutos do mar.
E assim, esqueci do shopping, do cansaço, do frio (que nesse momento está em 7º), e voltei pro hotel feliz, com a certeza de que a escolha pela Colômbia foi uma das melhores dos últimos tempos.
Amanhã tem mais!
Besos!
Em uma das vitrines, um mostruário inteiro de narguilés e outros instrumentos usados pra dar "aquele" barato. Aquele, sabe? Entre eles, figuras do Bob Marley e um pé de coca (aqui muito usada para se fazer um chá, por conta da altitude). Pedro ligou logo as butucas. Olhou, olhou e disse: "Muito interessante essa loja de maconha, né, pai?". Caímos na gargalhada.
A "Loja da Maconha", segundo a definição do Pedro. |
Quando conseguímos distrair a atenção dele da "loja de maconha", continuamos nossa caminhada, à procura de um lugar pra jantar. Entramos inocentes numa pizzaria, de onde fomos convidados a sair imediatamente quando avistaram o Pedro. "No se entra acá con niños, señora! Hay tragos en las mesas." E aí, foi dureza pra explicar ao menino por que não podíamos ficar ali.
Foi aí que encontramos o Gato Gris, restaurante charmosíssimo que funciona numa casa colonial de séculos de existência. Decoração linda, lareira, música ao vivo, e comida espetacular (indicação perfeita, hein, Ricardo Bola!).
Nos deleitamos com ceviche de camarões e kani, um carpaccio de salmão, vinho, e um macarrão com frutos do mar.
Carpaccio de Salmão |
Ceviche de Camaõres e kani (pela bagatela de 16 mil pesos, o que dá pouco mais de 20 reais) |
E assim, esqueci do shopping, do cansaço, do frio (que nesse momento está em 7º), e voltei pro hotel feliz, com a certeza de que a escolha pela Colômbia foi uma das melhores dos últimos tempos.
Amanhã tem mais!
Besos!
Ponto de parada para leitura. Eu já tinha visto na internet, hoje vi in loco. Naquela parte amarela ficam livros que podem ser pegos gratuitamente por qualquer pessoa. Achei fantástico. |
Estou gostando muito e esperando ansiosa a sua avaliacao sobre o BRT e a mobilidade urbana ai. Muitas compras me cansam sempre, em viagem e no dia a dia, mas conhecer um shopping numa cidade diferente da sempre uma boa nocao das pessoas. No ultimo dia na Turquia foi la que vi o lado mais ocidental do pais e tbm os riscos. Na entrada e saida do shopping vc passava p equipamentos como de aeroporto p ver se tinha armas. Fiquei assustada. Bjs tete
ResponderExcluirTete, vc sabia que o BRT de Bogotá virou case de sucesso em mobilidade para o mundo? Foi inspirado no de Curitiba, mas aqui com proporções bem maiores. Já tem uns 30 anos e ainda funciona bem. Mas com todos os motoristas com quem conversei, as queixas são as mesmas: O BRT não dá mais conta do volume de gente que tem que transportar. Está esgotado. Aqui eles se ressentem de não terem um metrô, o que comprova que as soluções para o trânsito não podem ser concentradas num só modelo. Precisam estar integradas. O trânsito daqui é como o de São Paulo. Muitos carros na rua, congestionamentos terríveis. Mas a cidade possui avenidas muito largas e, aparentemente, bem planejadas. Estou observando tudo. Sobre os shoppings, concordo com vc, pode ser uma experiência bacana, mas não quando não se tem tanto tempo num lugar e é preciso priorizar as coisas realmente "importantes". Mas tá tudo certo. Superei! :)
ResponderExcluirAmiga, suas viagens em família são inspiradoras. Curta muito e passe muitas dicas para nós. Um abraço em todos. Cris Bonfim
ResponderExcluirAqui o BRT é muito elogiado pelos usuários mas nasceu já saturado. Como já falei com voce acho isso erro de projeto injustificável. Eu não tenho dúvida que temos que ter vários modais de transporte para melhorar a mobilidade.O que vai ser terminado aqui no Rio até as Olimpíadas mesmo com problemas será uma grande melhoria para a cidade. Agora começando a sentir as melhoras o povo não esta reclamando tanto do transito.
ResponderExcluirO Pedro sempre trás algo interessante com as conclusões dele. Ao ler o caso da loja da maconha e do bar que tiveram que sair , ri muito comigo mesma me relembrando das duas viagens que fiz a Amsterdan. Na primeira vez cai sem querer no Bairro das prostitutas nas janelas e levei um tempinho para perceber onde estava assim como entrei num bar para tomar café e veio o oferecimento da maconha e a minha cara de susto. O rapaz me mostrou a bandeirinha com a folha e aprendi.
Isso foi em 2002 , voltei em 2011 e encontrei uma cidade muito mais careta. As mulheres só ficavam nas janelas de vidro em ruelas transversais e não vi oferecimento de droga descaradamente narua. Conversando com os proprietarios do hotel onde estava hospedada descobri que a população não gostava e não queria mais a imagem de uma cidade permissiva. Se tornou uma cidade careta.
Esse mundo do "politicamente correto" é muito chato. Tudo que vi e vivi lá em 2002 não era nada perto do que voce ve aqui na cracolandia e na prostituição , por exemplo, na aV. Atlantica a noite.
bjs
tete