Esta é nossa última noite aqui em Bonito. Depois da programação do dia, fomos "ao centro", comprar uns souvenirs básicos. Voltamos aqui para o hotel fazenda mais de 9 da noite, e com uma constatação: à medida que os dias foram passando, os 12km que separam o hotel da cidade parecem cada vez mais longos. E por isso, aqui fica uma dica: ficar em hotéis desse estilo só vale à pena se você está disposto a permanecer de fato ali durante sua estadia em um lugar. Caso contrário, a distância se torna incoveniente e cansativa. Você fica meio refém do hotel, porque depois que chega, não tem mais coragem de sair, e então, come no restaurante do hotel (que é mais caro e tem menos opções), usa mais os serviços do hotel... E só vivendo essa experiência pudemos ver isso como um problema.
Nossa programação por aqui foi intensa. Conhecemos as grutas do Lago Azul e de São Miguel. A gruta do Lago Azul é talvez um dos atrativos mais vendidos de Bonito.
Mas quem vê no cartão postal não imagina o trabalho que dá chegar até ela. A trilha é extremamente acidentada, escorregadia e cansativa.
Pra piorar a situação, em períodos de alta estação, como agora, o fluxo de pessoas é muito grande, e embora o número de visitantes seja limitado, ainda assim existe uma pressão para que não se perca muito tempo com cada grupo. O seja, gastamos muito tempo fazendo o caminho e praticamente não temos oportunidade de parar para contemplar a beleza daquele lugar. “Precisamos sair porque existe outro grupo descendo”, dizem os guias. É claro que isso não invalida o programa, mas pra quem pensa em vir por aqui, aconselho, de coração, a não vir em alta temporada. No mais, a gruta do Lago Azul é linda mesmo!
Ah, e outra dica: o horário da visita também influi muito na qualidade do passeio. Quanto mais cedo da manhã, melhor pra visualizar o lago, por causa da incidência da luz do sol.
Bastidores: Bia se cansou na metade do caminho, e resolveu sentar e esperar o retorno do grupo. Pedro foi desobediente demais, o que tornou o trajeto mais estressante. Maria Clara, mais uma vez, fez sucesso com o guia, que a conduziu pela mão durante boa parte da trilha... Ê, Fábio, abre do olho com essa tua filha!
Conhecemos também a Gruta de São Miguel. Emendar as duas visitas foi sugestão da agência de turismo, já que as duas grutas ficam muito próximas. Mas eu, particularmente, não aconselho, porque o passeio se torna cansativo demais.
Para chegar à gruta de São Miguel precisa-se percorrer uma trilha de mais ou menos 300 metros. Parte dela é feita em pontes suspensas, na mesma altura da copa das árvores. É muito bonito e diferente.
Ao contrário da primeira, aqui não há água. Mas as formações rochosas feitas ao longo de 650 milhões de anos (é isso mesmo!) são impressionantes. Valeu pra nós e para os meninos.
Nosso dia não terminaria ali, apesar de estarmos muito cansados. Depois de muita insistência das meninas e do Pedro, voltamos ao hotel onde tem o bóia-cross (prefiro acreditar que elas queriam realmente fazer o passeio, e não, rever os guias...). E mais uma vez eles puderam viver essa aventura, que não estava prevista no nosso pacote, e com certeza, vai pesar mais no orçamento (mas é boa a sensação de poder proporcionar isso a eles. Acho que quem tem filhos entende...).
De quebra, ganhei mais uma amiga, a Cássia, de São Paulo, que está aqui com o marido e as filhinhas. Batemos um ótimo papo, viramos melhores amigas e até já trocamos e-mail pra nos visitarmos quando formos uma à cidade da outra.
Já estávamos encantados com tudo o que tínhamos visto aqui em Bonito. Mal sabíamos o que ainda tínhamos pela frente. A flutuação no Rio da Prata é algo muito parecido com estar no céu (sendo que dentro d'água). Foi um dos dias em que mais próximo me senti do poder de Deus. Acho que nem as fotos vão conseguir traduzir o que vimos.
O passeio completo dura, em média, 3 horas e meia, entre trilhas e flutuação. Mas a gente nem sente o tempo passar. Assim como no aquário natural, fomos equipados com roupas especiais, máscaras e calçados próprios para enfrentar a água gelada do rio. O Pedro nos surpreendeu. Segurou muito bem a onda durante todo o percurso, e ficou encantando com as dezenas de cardumes que cruzaram conosco na maior naturalidade.
A Bia também superou o medo dos peixes e aproveitou a flutuação. Na verdade, todos nós tivemos muito o que aprender nessa "viagem" pelo rio da Prata.
Saímos do passeio entusiasmados com tanta beleza. E cansados! Mesmo assim ainda tivemos pique pra dar uma chegadinha ao Buraco das Araras, um ninho natural dessas aves, no meio do cerrado. A princípio relutamos em fazer esse programa, que custa 25 reais por pessoa. Eu insisti, porque adoro araras, e valeu muito à pena. O lugar é lindo!
Esse grande buraco foi formado há milhões de anos, depois de uma super erosão no solo.
No local, chamado agora Dolina, as aves fizeram seus ninhos, escavando pequenas tocas na rocha.
Todos os dias, no comecinho da manhã e no final da tarde, revoadas de araras encantam os visitantes. É um lindo espetáculo da natureza.
Tivemos a oportunidade também de conhecer a Estância Mimosa. Fica a uns 40km de Bonito (na verdade, praticamente todos os passeios aqui são distantes, e ficam em municípios vizinhos de Bonito). A estância é linda, organizada e muito acolhedora. Até os jacarés que descansam à beira do lago são amistosos.
A grande atração da Mimosa é uma sequência de 7 cachoeiras, que percorremos através de uma trilha pela mata. O banho é maravilhoso.
Tão bom, mas tão bom mesmo, que encoraja quem a gente menos espera. Olhem aí!
São seis metros de altura, enfrentados com bravura mais de uma vez pela Bia e pela Maria Clara.
O Pedro chorou pra ir também, mas dessa vez a gente não deixou. Tomara que ele não guarde essa mágoa por muito tempo... Em compensação, ele curtiu muitas aventuras em outras cachoeiras.
Foi um dia maravilhoso, que coroou nossa temporada por aqui. Valeu, Bonito! Ah, e valeu, Batata, nosso guia que tornou nosso passeio mais seguro e divertido.
Amanhã daremos tchau ao pessoal daqui e vamos para um destino que não estava previsto na nossa trilha inicial. Sabem pra onde é? Claro que eu não vou contar agora! Continuem nos seguindo nessa maravilhosa aventura.
Bjos saudosos!
Aqui começa o registro de uma grande aventura familiar. Por terra, vamos desbravar caminhos, conhecer relevos, vegetações, sotaques diferentes. Vamos descobrir o nosso Brasil que não está nos livros. No trajeto nos encantaremos com as paisagens e nos depararemos com situações difíceis. Será um exercício coletivo de resistência, tolerância, solidariedade, amor ao próximo, enfim, tudo o que deve servir de base pra o que se espera de uma família. Tudo vai ficar registrado aqui. Viaje com a gente!
Experiência muito bacana para todos. Já está na minha lista de projetos a realizar!
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