quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O paraíso é aqui!

Parece que estamos literalmente no céu. Neste momento, olho para a janela de vidro e me sinto dentro de uma nuvem. A névoa tomou conta de Alto Paraíso, e o friozinho tá uma delícia! Mas agora, deixa eu contar como foi o nosso dia:

Tínhamos duas opções para sair de Luis Eduardo Magalhães em direção á Goiás. Uma era pela BR-020, indo até perto de Brasília. A outra, pela BR-242, passava pelo Tocantins e era aparentemente mais curta. O que escolhemos? O caminho mais curto, claro. Fizemos um roteiro no nosso mapa do Guia 4 rodas, checamos no Google Maps, e estava aparentemente tudo ok. O GPS também indicava que deveríamos pegar essa estrada. Fomos. Pra nossa surpresa, a tal BR-242 é de terra! Isso mesmo! Acaba o asfalto e começa aquela trilha sem fim de areia vermelha. Simples assim. A gente nem acreditou. Fiquei tão passada que nem tive a iniciativa de tirar uma foto pra mostrar aqui. Era o fim! Acabamos pegando uma terceira rota, que também ia pelo Tocantins, só que dando uma volta maior. Como Deus escreve certo por linhas tortas, tivemos surpresas incríveis!

Por exemplo, descobrimos um Nordeste verde e produtivo, com plantações de soja, de milho, de algodão a perder de vista, literalmente.


Logo que atravessamos a divisa com o Tocantins, o cenário mudou completamente. A vasta planície deu lugar a vales e montanhas impressionantes. E eu que nunca tinha imaginado o que tinha no Tocantins...


Chegamos a pensar que estávamos perdidos, porque as placas de sinalização são raríssimas nesse trecho. Foi a primeira vez que o nosso GPS realmente nos salvou. (só um detalhe: já não agüentávamos mais a matraca da “Ana Maria” – voz feminina do aparelho- dando pitaco o tempo inteiro nas nossas direções. Cheguei inclusive a mudar para a voz masculina, o “Fábio”, que aparentemente é mais contido nas indicações. kkkkk) Pois bem, diante da incerteza se estávamos indo pro lado certo, eis que o GPS indicou tudo certinho.


Seguimos o nosso caminho em direção à Taguatinga, no Tocantins. E mais uma vez, as linhas tortas de Deus... Paramos num posto de gasolina pra abastecer. O carro estava com o tanque acima da metade, mas eu pedi ao Xuxu para completar, porque não sabíamos o que viria pela frente. Aí eu, que nem sou de muita conversa, comentei com o frentista que iríamos conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul. E olha o que ele disse: "Bonito? Bonito é aqui! Você já conheceu o rio dos Azuis?" Fiquei curiosa pela indicação. Pegamos os detalhes e fomos bater lá, 23km depois. Vejam o que encontramos:


Lindo, né? Essa aí é a nascente do Azuis, que curiosamente é o menor rio do Brasil. Tem 147 metros de extensão e fica no município de Aurora do Tocantins. Gente, a água é cristalina! Vou confessar que assim que a gente chegou, achou o lugar meio com cara de "farofal", misturado, como a gente diz aí. Mas quando vimos a cor da água, não resistimos. E quer saber? Foi maravilhoso! Viramos farofa também e aproveitamos. Lição do dia: felicidade não é artigo de luxo e existe pra todos. Se tivéssemos sido preconceituosos, teríamos perdido uma excelente oportunidade de conhecer um lugar maravilhoso, e ver como a natureza é magnífica.


Saímos banhados e felizes...Na estrada, nossa próxima divisa seria com Goiás. O percurso é acompanhado pela beleza da Serra Geral, um enorme chapadão que não cansamos de olhar. Passamos por cidades pequeninas como Campos Belos e Monte Alegre, onde vimos o jeito curioso que ele usam para secar a carne.


Estávamos chegando à Chapada dos Veadeiros. Fomos recebidos com chuva forte. Talvez para chegar com a alma lavada em Alto Paraíso, reduto esotérico do Brasil.


Aliás, é aqui em Alto Paraíso que passa o Paralelo 14º, sabiam? Não sabem o que é isso? Então deixa eu explicar: o parelelo 14 é a linha imaginária (assim como a linha do Equador) que cruza a cidade de Alto Paraíso. É a mesma que passa na também mística Machu Pichu, no Peru(Maranfon, lembramos de você e seus chacras!). Isso renderia altas energias por aqui. Por via das dúvidas, eu e o Xuxu achamos melhor garantir...

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No som do carro tocava "Leve, como leve pluma muito leve, leve, pousa", do Secos de Molhados. Mais apropriado não tinha, né?


Foi nessa felicidade que chegamos aqui, e vamos ficar hospedados nesse castelo, olha aí, pra viver novos dias de Reis, princesas e príncipe. Porque tenho certeza que a gente merece!


Querem saber o resto dessa história? Continuem viajando com a gente! Amanhã veremos muitos outros espetáculos da natureza. Um beijo enorme em cada um de vocês.

Um comentário:

  1. Eita que legal!!! São quase 3 da manhã, mas não consegui parar de ler depois que comecei. Tive que ceder o sono para dar lugar `a curiosidade. O Blog tá uma maravilha!!!
    Estamos em Angra alternando sol e chuvas.
    Aproveitem bastante.
    Bjos

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