sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Histórias e pessoas incríveis que encontramos pelo caminho...


Entre os lugares lindos que o nosso Descobrimento nos levou na região Sul, alguns se tornaram especiais graças às pessoas com quem cruzamos. Não podia deixar de registrar isso aqui. Pessoas com histórias inspiradoras que deram mais sentido à nossa viagem. A deixaram ainda mais rica, mais bonita. Gente que nem imagina como nos tocou...

O primeiro encontro aconteceu em Canela, na serra gaúcha. Impossibilitados (financeiramente) de conhecer a Snowland, atração "top" de Gramado pra quem quer brincar na neve em pleno Brasil (e que custava 180 reais por pessoa _ multiplique aí por 6!), fomos fazer um programa meio bobinho, "infanto-juvenil", como definiu a Gabriela, mas "fofinho", como esperava a Maria Clara: o parque temático Terra Mágica Florybal, da maior fábrica de chocolates de lá.

No clima da Terra Mágica !
No meio daquele cenário que se propunha idílico, eu e o Xuxu avistamos a Casa do Mago. Entramos e demos de cara com o tal mago, de voz engraçada e totalmente amigável. Jeitoso, foi logo nos arrumando com capas e chapéus e nos entregando as "poções mágicas" que deveriam ser misturadas no caldeirão esfumaçante. Com medo do mico, nossos meninos se mantiveram distantes, olhando ressabiados, enquanto o mago não perdia o rebolado com a gente. Ele foi tão bacana que, aos poucos foi conquistando os outros (menos a Maria, aquela que achava o passeio "fofinho", lembram?). Vi a atenção dele se estendendo aos outros turistas, com a mesma alegria, um após o outro, sem perder a gentileza. Era bonito ver aquela dedicação.

Entrando no clima da magia

Antes de ir embora, resolvi parabeniza-lo. O trabalho dele era diferente. Ele agradeceu e eu soltei um despretensioso: "Vou levar você nas minhas lembranças quando voltar pra Fortaleza", e imediatamente vi um enorme sorriso se abrir por trás daquela barba branca: "Vocês são cearenses, não acredito! Eu sou de Guaraciaba do Norte". Em instantes o mago já se chamava Felipe e me revelava que sob aquele personagem carregava um desejo maior de trabalhar como ator, sonho que foi buscar lá nas bandas do sul. Me emocionei com a história dele e certamente irei vibrar quando souber do seu sucesso. A magia do carisma ele já tem. Agora já somos amigos de Facebook e pretendo acompanhar os novos capítulos da história dele.

A emoção de descobrir que éramos conterrâneos.
Desejo que ele ainda brilhe muito por aí!


O segundo encontro aconteceu em Cambará do Sul (RS), numa estrada de terra a caminho do Parque Nacional de Aparados da Serra, onde fica o Canion Itaimbezinho. Fomos seduzidos por uma plaquinha que dizia "Sabores da Querência - Geleias Orgânicas". Já tínhamos passado por ela duas vezes, achado bonitinho, e na terceira, exaustos depois de uma trilha de 3 horas para conhecer o canion (esse passeio vai ganhar um post em separado), o Xuxu disse: "ah, vocês vão me desculpar mas eu adoro doces e vou conhecer esse lugar".  A subida íngreme logo na entrada escondia um recanto acolhedor, de arquitetura cheia de detalhes originais.


Fomos recebidos pela Cláudia, uma mulher alta, de sorriso largo e voz forte (me lembrou a da Ilze Scamparini sem aquele tom fúnebre papal) a se desculpar pela "bagunça" deixada por um grupo que tinha saído minutos antes de a gente chegar. Explicamos que havíamos sido levados ali pela curiosidade e ela já foi tratando de apresentar as geleias, fabricadas artesanalmente a partir de frutas plantadas e colhidas ali mesmo por ela e o marido. Amoras, framboesas, mirtilos e physalis, além de antepastos. Um a um, a Cláudia foi nos apresentando os "sabores da querência" e nos conquistando pela barriga. 

As geleias do Sabores da Querência. Todas produzidas com matéria prima cultivada pela Cláudia e pelo Vico

A Cláudia nos contou que a produção de geleias representava uma escolha por uma vida com outros valores, opção dela e do marido, o Vico. 

Esse é o Vico (Foto copiada do site deles! saboresdaquerencia.com.br )
A história era assim: a Cláudia era executiva do mercado de finanças. Tinha uma vida agitadíssima. O Vico, gerente de uma grande indústria de calçados. Em um determinado momento os dois resolveram que não precisavam mais daquilo. Que podiam viver com menos e viver melhor. Procuraram o lugar onde gostariam de morar, planejaram o modo como queriam levar a vida e fizeram da Querência Macanuda um lugar onde a gente sente paz e deseja por ela.


Achei interessante o relato dela porque tenho conversado bastante com o Xuxu sobre a vida que temos e a vida que queremos. Parecia que eu tava recebendo um recado. A vida pode ser muito mais simples do que a gente pensa...

O papo foi tão bom que no dia seguinte voltamos. O netinho deles tinha chegado do Rio pra passar férias lá. Corria naqueles campos verdes acompanhado pelos cachorros e uma ovelha felpuda que batizada como Floquinho de Neve. E novamente nos sentimos inspirados.

Um negócio chamado liberdade

Foi em Urubici (SC) que descobri, por acaso, outra pessoa muito bacana. Enquanto o Xuxu foi com os meninos ao posto do ICMBio buscar uma autorização pra gente visitar o Morro da Igreja (essa autorização é obrigatória), resolvi ficar na igreja (mesmo) da cidade. Aqui um parêntese: sempre gosto de visitar igrejas nos lugares onde passamos. Em cada uma delas peço bençãos a Deus, do meu jeito, para as pessoas que amo, e agradeço, sempre agradeço, pelas coisas boas que acontecem na minha vida. Saí da igreja e enquanto eles não chegavam entrei numa casa lindinha na mesma rua. Era uma loja de decoração. Comecei a puxar conversar com a dona, a Lucília. E sabe qual história ouvi? A de uma arquiteta de grandes projetos estruturais que largou pra trás o escritório e veio morar no interior em busca de uma vida mais humana, mais sintonizada com o meio ambiente, num significado literal de paz de espírito. Lá tava eu de novo pensando: isso é um sinal! Ah, e que fique claro: não estou falando de ripongas maluquetes, não! Hahahahah 

O Xuxu chegou,ela viu a meninada, trocamos ideias sobre criação de filhos, desejos, futuro, e quando vi ela tava me dando o telefone dela pra gente ligar se precisasse de alguma coisa ali durante o passeio. O papo foi tão bom que me esqueci de tirar uma foto dela. Mas olha a vibe da loja!

Recanto lindo da loja da Lucília. "Pra quem gosta de casa" é o nome 

Na praia do Rosa (SC), foi a vez de conhecer a Dora e o Ismael, mãe e filho, gaúchos de São Leopoldo, que ficaram hospedados na mesma pousada que nós. Puxei conversa sobre o consumo de chimarrão deles (ela tava sempre com a cuia de erva na mão) e daquele papo muitas outras conversas surgiram. A Dora me contou que está perto dos 60 e nunca esteve tão disposta a correr atrás de sonhos. Pensa em se mudar de São Leopoldo para o Rosa pra começar uma vida bem diferente. A firmeza e a determinação dela são incríveis! Nos despedimos com a promessa de que ainda vou visita-la em sua nova morada.

Longas conversas com a Dora e o Ismael sobre realização de sonhos

Por fim, preciso falar novamente da Rose e do Valdo, nossos anfitriões da Pousada Prazeres do Rosa. Uma parte do que eles fizeram por nós já foi contada em outro post. Mas a acolhida desse casal com nossa família foi realmente marcante. Pra vocês terem ideia, até descobri que o sobrenome da Rose também é Medeiros, já pensou? Ouvi por acaso, quando ela conversava com outra hóspede. Fiquei impressionada com a coincidência. Aí teve a afeição deles com o Pedro, mesmo nome do netinho de 5 anos de quem eles sentem tanta saudade. E o conhecimento deles de Fortaleza, por conta de trabalhos que já fizeram na nossa terra, as afinidades de pensamento, o gosto por viagens... Lá pras tantas tava o Valdo cozinhando ovo pro Pedro comer à noite e fazendo suco de abacaxi "exclusivo" pra gente no café da manhã. Um carinho de pais pra filhos, de irmãos, sei lá! Minha gratidão por eles é enorme. Teve choro na despedida. E um desejo enorme de um reencontro. 



Suquinho especial feito pelo Valdo. Carinho sem tamanho
Senti uma necessidade enorme de escrever sobre essas pessoas. Tenho me convencido cada vez mais que o que levamos dessa vida são as experiências que vivemos e os afetos que trocamos. Esse post eu dedico a todo mundo que também acredita nesses encontros.





   

A viagem acabou mas ainda existem muitas histórias que precisam ser contadas!


Já estamos em Fortaleza. Mais uma "aventura" concluída com muita alegria. Ao contrário das outras viagens, quando eu conseguia atualizar o blog praticamente todo dia, desta vez tive muitas dificuldades de conexão e muita coisa bacana deixou de ser registrada "em tempo real". Não considero, no entanto, que elas não mereçam mais ser contadas. Até porque aqui elas ficam guardadas pra uma leitura futura. Pra mim esse blog é, principalmente, um lugar de registrar emoções e lembranças. Assim, aos poucos, irei escrevendo os posts e, quem sabe, redescobrindo histórias e versões do nosso próprio Descobrimento do Brasil.

Trilha do Canion Itaimbezinho, em Cambará do Sul/RS. Teste de resistência física.

Foram 14 dias fora de casa. Duas semanas em que percorremos mais de 2.500 km nas estradas da região Sul do Brasil. Conhecemos praia, montanha e até um pedacinho da Alemanha encravado em Santa Catarina. Sentimos calor, passamos frio. Descobrimos que "lá embaixo" o sol queima sem a gente sentir e o mar nos congela o sangue, nos paralisa e, mesmo assim, nos atrai pra mergulhos viciantes. Aprendemos novas expressões de linguagem, fizemos amigos, ouvimos muitas histórias (que serão contadas aqui em breve). Conhecemos recantos que não estão nos guias de turismo e outros bem famosos e nem por isso mais charmosos. Mais do que isso tudo, aprendemos sobre nós mesmos. Sobre nossas reações, nossos humores, nossa capacidade de ressignificar sentimentos. Afinal, éramos seis. Seis pessoas de idades e gostos diferentes, convivendo as 24 horas do dia em situações distintas, nem sempre agradáveis a todos. Superamos. Entre bicos, suspiros e risadas, voltamos pra casa com um gostinho de que tudo foi válido.



Não sabemos ainda quando será a próxima viagem, qual será a formação da turma (Maria e Gabi já começam a ter seus próprios rumos e podem não nos acompanhar mais) e nem qual será o destino. Nossa única certeza é a de que, ao contrário do que muita gente pensa, viajar de carro pelo Brasil é MA-RA-VI-LHO-SO e a gente ainda quer correr muito chão pra conhecer as coisas lindas que existem aqui. Quem sabe na próxima não seguimos para o Norte???

Nos dias em que estivemos fora ficamos totalmente alheios aos noticiários. E, acreditem: sem ouvir tantas histórias sobre corrupção, sobre pessoas que querem levar vantagem em tudo, dava até pra acreditar que vivíamos em um lugar invejável, de gente solidária, cordial e simpática e cheio de paisagens cinematográficas.

Alguns desses lugares vou descrever nossos próximos posts. Valeu, pessoal!



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Porque Deus é pai, não é padrasto, e nos mostrou o Rosa e a Rose!




A gente tava bem desanimado. Fiz até aquele post-desabado sobre Floripa e as dificuldades enfrentadas por quem faz uma viagem "desprogramada" feito as nossas. O Eduardo Freire imediatamente intercedeu em favor da maravilha que é a cidade e as belezas do litoral. Mandou dicas, mapas, a coisa mais linda. A Natália Coutinho também saiu em defesa das belezas catarinenses. Me comovi. E seguindo as dicas do Edu, deixamos Floripa pra trás e descemos rumo à Praia do Rosa ( o Ricardo Bola e a Ju Beviláqua também já tinham indicado, no início da nossa viagem). A primeira impressão não foi animadora. "Ah, que Cilada!", eu pensei logo que chegamos. O Rosa também tinha engarrafamento (em menores proporções, mas tinha) e pousadas lotadíssimas. Será que a gente ia ter que voltar pra trás de novo? Chegamos até a cogitar antecipar as passagens de volta pra Fortaleza, de tão infelizes que estávamos.

Mas aí conseguimos uma pousada pra ficar. Lugar bonito, mas meio <i>roots</i> demais. Famílias argentinas ocupavam todo o entorno da nossa "cabana". Eles estavam felizes com suas piscinas de plástico, os varais lotados de roupas e toalhas, biquínis de crochet, e muito chimarrão. Mas a gente não tava bem. Colocamos as malas ali, com aquele sentimento tipo "só tem tu, vai tu mesmo" e fomos tentar descobrir o caminho da praia. Foi quando ouvimos: "Bah, se a essa hora tu for à praia do Rosa não tem onde estacionar. Pra chegar lá e conseguir vaga tem que sair bem cedinho, antes de oito da manhã!". Eram duas da tarde. Frustrados de novo, decidimos ir pra vizinha, a praia do Ouvidor, que seria mais "calma".

Pra chegar lá, seguimos por uma estradinha sinuosa, de terra. Pra nossa surpresa, a areia da praia estava coberta de carros. Muitos, muitos carros. Não tínhamos opção. Era ali a única chance de, literalmente, afogar nossas mágoas. Seguimos passando por aquele imenso corredor de carros, sem conseguir enxergar se a praia era legal, se o mar era bom. Achamos vaga no final de tudo. Mas tínhamos fome. Não tínhamos almoçado ainda, estávamos tão infelizes (de novo)....


Até aqui, só tristeza. Xuxu, com seu faro infalível pra carro velho, quer dizer, antigo, mirou numa C10 toda incrementada, com uma churrasqueira atrás. "É aqui que a gente vai comer", ele disse. O menu era pão carioquinha recheado com churrasco de linguiça e vinagrete. Quando demos a primeira mordida... Huuuummmmm!!! Uma delicia. Aos poucos, fomos descobrindo a história daquele carro, do dono dele, e do seu passado de fama. Aquele era o tal Gaúcho do Ouvidor. Ele já foi personagem do quadro Lata Velha, do programa do Luciano Huck. Conversador, cheio de causos... 


A C10 dele tinha sido toda reformada em 2011 e ainda hoje o Gaúcho é famoso da região. 

C10 do Gaúcho do Ouvidor. Sanduíche de churrasco delicia que alimentou nossa fome e nossos sonhos pras bandas de cá


O gaúcho mostra orgulhoso que já foi motivo de muitas reportagens depois da fama do Lata Velha

A gente relaxou e se desarmou e conseguiu enxergar que a praia era linda! Uma baía com água calma e fria, mas não congelante como aquela de Guarda do Embaú. O banho de mar foi coletivo (até a Maria entrou! _ Há de se salvar uma alma no purgatório). O visual é lindo. As pedras dão um charme especial à paisagem do litoral daqui.

 



E assim passamos a tarde inteira. Na volta pra pousada, o baixo astral foi batendo de novo. Nossa primeira impressão tinha sido tão ruim... Fomos parando aqui, acolá, perguntando e sempre levando um "estamos lotados" na cara. 


O Xuxu, persistente que é, disse: vamos pra uma última tentativa. Foi aí que demos de cara com a pousada Prazeres do Rosa. A Rose, uma gaúcha simpática e falante nos recebeu. E sabe aquela empatia que às vezes bate de graça com alguém? Foi a que sentimos por ela. Nos mostrou o quarto que tinha disponível, se mostrou solidária à nossa situação e a simpatia foi tanta que a gente esqueceu o que já tinha pago na outra e veio correndo pra esse abraço caloroso.

A Rose e Valdo, marido dela, estão administrando a pousada há poucos dias. Enchem o lugar de humanidade. A gente se sentiu em casa, acolhidos, mimados depois de tanto desconsolo! Em pouco tempo nos vimos conversando como velhos amigos, dividindo a macarronada preparada com capricho pela Yasmin (que além de cozinheira de primeira tem sido nosso GPS ao longo de toda a viagem _a única que tem um 3G operante), falando sobre viagens, família, experiências de vida. Tão bom que a gente até pensa em voltar em outra época, acreditam?

Reunidos em torno de uma boa macarronada!
Prazeres do Rosa. Nossa acolhida mais querida
Dormimos um sono tranquilo, e já estamos prontinhos pra explorar os arredores, sabendo que temos um porto seguro que voltar mais tarde.












segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Trouxemos de Fortaleza um céu azulzinho pra Curitiba! (E o dia em que a Maria Clara encontrou a MEL!)

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro histórico

Chegamos à Curitiba na tarde do último sábado. Havíamos enfrentado algumas horas de tensão da estrada desde Pomerode. O dia tinha amanhecido chuvoso e, bem no trecho de serra a chuva resolveu cair pra valer. Estrada sinuosa, muitos caminhões, neblina. Pra nossa surpresa, o nosso destino nos esperava muito ensolarado, contrariando todas as "previsões" que nos haviam feito. "Em Curitiba só chove", me disseram o Márcio, o Thiago Gaspar, a Cris. "O que vocês, 'lá de cima', vieram fazer em Curitiba?", questionou um rapaz numa das paradas na estrada, insinuando que nossa escolha era meio sem-futuro. Pois olha... Ô cidade massa!


Já foi bacana demais encontrar uma cidade amigável a quem anda à pé. Calçadas largas, arborizadas, tranquilas. Uma cidade cheia de áreas verdes. Uma cidade de avenidas largas, sem buzinas, pintada de ciclofaixas. Uma cidade enfeitada de arte urbana.

Nosso primeiro programa foi conhecer a Caramelodrama, uma confeitaria muito linda no bairro Batel. A dica foi da Maria Clara, que já "conhecia" o local pela internet. O Batel é um bairro charmosinho, cheio de barzinhos e happy bours, de poucos prédios e casas lindas.

Rua no Batel. Fiquei encantada com as calçadas largas e arborizadas

Depois fomos dar uma volta no parque Barigui. O parque é um dos maiores da cidade e o sol pleno deixou tudo ainda mais bonito. A gente aproveitou um pouquinho a grama, curtiu a paisagem, vibrou pela movimentação de tanta gente ali, aproveitando aquela natureza e, infelizmente, ficou se lamentando um bocado por Fortaleza não ter um espaço assim. 

Já era noite mas o sol brilhava lindo no parque Barigui. Um dos locais lindos de Curitiba

A próxima parada foi no bairro de Santa Felicidade. Lindo esse nome, né? A ideia era jantar por lá, já que se trata de um reduto gastronômico de Curitiba. O bairro é bem charmoso, mas não gostamos do perfil dos restaurantes. Muito menos do tal Madalosso, badaladííííssimo por ser um dos maiores do mundo com seus quase 5 mil lugares, mas que mais me pareceu um grande salão do La Maison, ou do Barbra's buffet (depois eu puxei papo com uma curitibana que disse que aquilo ali é armadilha pra pegar turista). E nosso jantar acabou mesmo sendo no shopping. Opções para cada um de nós seis, num precinho melhor (logo eu que detesto shoppings... Mas, de fato, foi a melhor coisa)

E o sol parece mesmo que gostou da gente e nos acompanhou no domingo inteiro (a ponto de nos queimar pra valer! - é que o ventinho frio engana que é uma beleza e a gente nem sente queimar). Assim, deu pra passear na feirinha de antiguidades do Largo da Ordem (e nas coincidências que temos vivido tive a sorte de ver, naquela hora, a celebração da missa na Igreja da Ordem cantada em latim. Lindo!), na ópera de arame, no parque Tanguá e no Jardim Botânico.

No meio das quinquilharias da feira do largo da Ordem ele encontrou uma relíquia de 8mm


O bonitão, que anda arredio no quesito "fotos", topou essa aí. Viva a Ópera de Arame!

Parque Tanguá

Jardim Botânico em cores reais!



O dia mais feliz da viagem, segundo a Maria Clara

Posso dizer que o domingo, 17, às 17 horas, foi o momento mais incrível desta viagem para a minha Maria. Era o dia do encontro dela com a Melina Souza, a Mel, do Blog Serendipity. O blog é muito querido pela Maria e as amigas. Digamos que a Mel é super pop entre as teens! O encontro já estava marcado desde antes de sairmos de Fortaleza e, de qualquer jeito, teríamos que estar em Curitiba no dia e hora marcados. Fui com ela ao encontro, no New York Cafe. A mãe da Mel, a incrível Zezinha, foi nos buscar no hotel. Vi o nervosismo, a emoção no sorriso da Maria. Vibrei por ela (mal comparado, acho que seria como eu vendo o Chico Buarque hahahahahaahh). O papo rolou muito bem, a Mel é uma simpatia e o programa foi gostoso até pra mim!

O sorriso feliz mais lindo!

Maria, Mel, Beni (namorado da Mel) e a super Zezinha, dona de uma papo delícia!
E depois desse encontro cheio de emoção, a gente foi terminar o dia junto com o resto da nossa trupe no Centro Histórico, no famoso bar do Alemão. A pedida ali foi salsichão e um chopp chamado Submarino, servido junto com uma dose de Steinhager. 





Hoje pela manhã ainda deu tempo da gente conhecer (pelo menos por fora) o Museu Oscar Niemeyer, (o "Museu do Olho") e a Praça do Japão, uma homenagem da Cidade aos imigrantes (pena que as cerejeiras não estavam floridas! ) antes de seguir viagem pra viver frustração em Floripa (eita, que essa mágoa tá forte no meu coração! - Ainda bem que o Eduardo Freire já me convenceu de que isso vai passar e ainda hei de gostar dessa cidade).

Praça do Japão. Pedacinho nipônico no meio da cidade.

O museu fecha às segundas, e a gente só pôde conhecer por fora, mas valeu à pena!


Por hoje vou parando por aqui. (O Xuxu precisa usar o notebook pra mandar um orçamento). Na próxima vou fazer um resumão das coisas lindas que encontramos na Serra Catarinense. Ah! tem novidade sobre o Pedrão, meu jovem adolescente. Os detalhes eu conto depois!



Um tanto de ressentimento é o que vamos levar de Floripa.... (título magoado e despeitado de quem não estava preparada para tanta "concorrência")



Escrevo este post com um tanto de cansaço e mágoa no meu peito.... E tudo o que eu disser aqui, assim espero, desejo que se apague do meu coração. Mas o fato é que, neste momento, não me imagino voltando nunca mais a Florianópolis.

Tenho consciência de que a culpa não é da cidade, mas "Floripa" não tem sido cordial com nosso estilo descompromissado de viagem. Logo na nossa chegada, registrei aqui, enfrentamos hoteis lotados, engarrafamentos, praias geladas. Demos uma volta pela "vizinhança" e resolvemos passar nossos 3 últimos dias de viagem por aqui pra conhecer o outro lado do litoral catarinense. Saímos de Curitiba por volta de meio dia com planos de ficar 3 dias na praia de Bombinhas, um "paraíso" de mar calmo e limpo indicado por amigos e guias de viagens. Calculamos: seriam 255 km de estrada boa, ensolarada, pedagiada, duplicada quase que na totalidade, o que nos permitiria chegar ainda com o dia bem claro e, quem sabe, curtir um finalzinho de tarde na praia, pra descansar da maratona de estrada que vivemos até aqui... CAPAZ! (como diria a moça que nos atendeu no centro de informações turísticas de São José dos Ausentes, numa expressão exclamatória e gasguita que significa: Bem doidos!)

Gente, sem brincadeira: o tempo que gastamos de estrada entre Curitiba e a entrada de Itapema (vizinha de Balneário Camboriú - que evitamos justamente por conta da fama) foi praticamente O MESMO que perdemos num engarrafamento chatíssimo para percorrer cerca de 30 quilômetros até a tal Bombinhas. Uma fila interminável de carros com a mesma ideia que nós. Hotel? Pousada? CAPAZ! Uma loucura, minha gente!

Engarrafamento quilométrico no sentido mais literal. Na nossa contagem grosseira,
 pelo menos 1 a cada 3 carros eram da Argentina, Uruguai ou Paraguai
Como é que um negócio desse pode ser bom? Como pode ter graça um lugar para o qual é um sofrimento chegar? Parei num restaurante pra ir ao banheiro e falando português só vi mesmo os rapazes do balcão. Nossos hermanos tomaram de conta do pedaço. E, querem saber? Não há beleza no mundo que compense esse fréjo. Acho que estou velha, mas pra mim, isso não é diversão. Achei o Ó!

Visual lindo de Pequerê, vizinha de Bombinhas. Não compensa o stress.

E voltamos com o rabinho entre as pernas, pegando outro grande engarrafamento de volta. Desistimos de Bombinhas exatamente às 5:17 da tarde e conseguimos encontrar um hotel em Florianópolis às 21:40, depois de dezenas de ligações que revelavam um misto de solidariedade e desdém quando soltavam o repetitivo "estamos lotados até dia tal". Por fim, conseguimos 1 quarto para 6 pessoas num hotel no Centro, com a condição de que ficássemos só esta noite. Amanhã, num bom cearencês, temos que capar o gato e arrumar outro canto pra pousar!

Enquanto escrevo aqui, Xuxu e as meninas buscam ali um novo destino pra nossa viagem. A gente bem que queria dar uma paradinha, mas pelo jeito, ainda temos um chãozinho pra rodar até o dia 21.

JURO QUE, JÁ, JÁ, ESCREVO UM POST COM COISAS LINDAS SOBRE O QUE VIVEMOS NOS ÚLTIMOS DIAS! JURO!!! (pelo menos até agora a internet tá ajudando. Alguma coisa tinha que ser boa, né?)

sábado, 9 de janeiro de 2016

Cruzamos a divisa e chegamos em NY? Valha!



Hahahahahah. Brincadeirinha. Mas quando estivemos em Nova York dispensamos o passeio à Estátua da Liberdade porque era longe, demorado. Dessa vez, ela tava ali na nossa cara, na beira da estrada, pedindo pra ser vista e admirada. Os presepeiros aqui, obviamente, pararam. Mas deixa eu começar a história do começo:

Como quem quisesse nos provocar, Floripa amanheceu com o céu bem azulzinho... Mas agora já era tarde. Estávamos decididos a ir embora.

Saímos de Florianópolis às 9:35 da manhã. O destino escolhido foram as Serras Gaúchas. A ideia é curtir a rabadinha do Natal de Luz, que deixa Gramado e Canela lindas nesse período. Tínhamos pela frente 432km, que deveriam ser percorrido em 5 horas e meia, aproximadamente. Hahahahahha. Só que a gente num carro, sabe como é... Um tal de pára, bate foto, toma café,chupa picolé, entra em estrada fora do roteiro... Foi numa dessas que paramos aí na estátua.



Um pouco mais à frente vimos a placa "Estrada do Mar", quando cruzávamos a BR em Torres (RS), e pensamos: "que nome lindo, né?". Entramos. A estrada não tinha nada de bonita e nos levou à praia de Itapeva. Um marzão abertão, de ondas fortes, uma claridade encandiante e um povo fazendo piquenique debaixo de umas árvores.

Demos por visto e voltamos pro nosso rumo. O percurso que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul é massa. A gente segue por um estreito que nos coloca com vista pro mar dos dois lados da estrada, em momentos alternados. Uma paisagem linda. Pra chegar às serras, pegamos uma estrada diferente da que percorremos nas outras vezes que estivemos aqui, chegando por Porto Alegre.
É uma rodovia que nos causou sensações incríveis. Primeiro pela sinuosidade. De baixo víamos lá no alto a continuação da pista. Depois, pela neblina que nos fez dar muitas risadas e tirar muitas fotos. Todo mundo de celular e câmera na mão pra registrar.






Xuxu avaliando seu novo empreendimento
Nessa brincadeira, chegamos em Canela depois de quase 8 horas de estrada, mas felizes e bem dispostos. Estamos na pousada CarpeVita, com chalezinhos charmosos e aconchegantes.


E de noite, ainda deu tempo da gente dar uma volta em Gramado, ver a cidade linda, toda decorada de natal, num clima que faz encantar gente de qualquer idade. A abestada aqui ficou com os olhos cheios dágua quando viu,


*Post publicado com muito amor e sacrifício, porque a internet aqui tá uma bênça!